Um balanço final da novela "Cambalacho"

Fernanda Montegro e Gianfrancesco Guarnieri, os protagonistas da trama, Leonarda (Naná) e Jerônimo (Jejê)

    Enfim, terminei de assistir "Cambalacho" em apenas 26 dias. Um verdadeiro sucesso no horário das 7. De autoria de Sílvio de Abreu, teve 173 capítulos, e foi ar entre 10 de março e 3 de outubro de 1986. Já chegou a ultrapassar a novela "Selva de Pedra" no quesito audiência. 

Dois trambiqueiros protagonizam a trama de Cambalacho: Leonarda Furtado, a Naná (Fernanda Montenegro), e seu compadre Jerônimo Machado (Gianfrancesco Guarneri), o Jejê. Os dois são parceiros nos "cambalachos" que Naná faz para sobreviver e manter os estudos da filha Daniela na Suíça. Para aliviar a culpa pelas trapaças que comete, Naná leva para sua casa crianças que recolhe nas ruas de São Paulo. Apesar de viverem de trambiques, Naná e Gegê são boas pessoas; só não conseguem ganhar a vida de outra maneira. O que Naná não sabe que ela é herdeira de uma grande fortuna.

Natália do Vale: atuação digna de um Oscar.

Depois de várias protagonistas, Natália do Vale, enfim, teve a chance de fazer uma grande vilã, a Andréia Souza e Silva. No começo da trama, Andreia se casa com Antero, com o sonho de ser rica. Para herdar a grande fortuna, ela é capaz de planejar mil e uma falcatruas, até mesmo planejar a morte do próprio marido, sabotando o iate dele e provocando um grave acidente em alto-mar.

Do começo ao fim, Natália soube se destacar e tornar a personagem inesquecível. Sua atuação em Camabalacho foi digna de um Oscar. Até a revista Contigo! em 1986 destacou na capa que o público exigia um final feliz para Andreia e para o personagem Miro (Miguel Falabella) da novela "Selva de Pedra". 

Débora Bloch e Edson Celulari.

Grande destaque para o personagem Tiago (Edson Celulari) que é um jovem bailarino que sofre por sua profissão não ser aceita por seu pai, Antero (Mário Lago), e acaba sendo deserdado. Ele é apaixonado por Ana Machadão (Débora Bloch), filha de Gegê (Gianfrancesco Guarnieri), uma jovem que carrega no nome e na personalidade a aspereza que sua profissão de mecânica de automóveis lhe ensinou. Apesar disso, nem Tiago nem Ana são homossexuais. Através dos dois personagens, o autor invertia profissões tradicionalmente masculinas e femininas e trazia a discussão acerca de preconceitos relacionados ao comportamento social. O casal fez tanto sucesso, que emplacou a capa da trilha sonora internacional da novela.

Espero que gostem.

Feliz 2024 a todos. 

Maria Emma