Malu Mader (esquerda) e Antônio Fagundes (direita) como Márcia e Felipe. |
O pop-escândalo aconteceu no aconchego de um chalé no Canadá e fugiu ao controle de Gilberto Braga, autor da novela. "A questão da virgindade não tinha grande importância quando escrevi o script, era só um charme novelesco para enfatizar o mau-caratismo do protagonista", disse Braga a VEJA na quarta-feira (29 de maio), ainda perplexo com a repercussão de sua história. "Não tenho consciência de nada disso. Eu trabalho na base da intuição." Pode ser. O certo é que Gilberto Braga fez renascer na semana passada as esperanças da Rede Globo em reagrupar a família brasileira em torno de um só canal de TV no horário das 8, quando o mesmo Braga transformou Vale Tudo numa espécie de mania nacional. Se voltar a dar certo com O Dono do Mundo - sua décima-terceira novela -, o autor vai levar a fama de ser o único bem-dotado da TV com vigor suficiente para dar 80, 90 pontos no Ibope, sem sair de cima do conflito pobre versus rico que vem imprimindo a seus trabalhos. O Dono do Mundo herdou de sua antecessora, Meu Bem Meu Mal, uma colocação na faixa dos 50 pontos de audiência e tem oito meses pela frente para recuperar o velho prestígio das novelas globais.
"Nós Sentimos Violados" - "O Gilberto inventou um petardo logo no início da novela e está diante do desafio de manter esse ritmo até dezembro", analisa Fernanda Montenegro, a magistral cafetina de luxo que passeia pelos cenários milionários de O Dono do Mundo. Fernanda percebeu logo nos primeiros capítulos por que o público ficou do lado de um personagem que para satisfazer seus caprichos sexuais desencadeia uma sequencia de truques amorais que culmina com o suborno de sua própria mãe, encarregada de manter, a troco de 500 dólares, a nora Stella (Glória Pires) bem longe da locadora adúltero-canadense. "O Gilberto desenhou um personagem que é mocinho e bandido ao mesmo tempo", diz Fernanda. Uma dualidade que, segundo Antônio Fagundes, é sinal dos tempos. "O mau-caratismo se aprimorou muito nos últimos anos", afirma.
Fonte: VEJA, 29 maio 1991.
Espero que gostem.
ME
bons tempos que não voltam mais... novela maravilhosa! inesquecível!
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