sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Coluna: A primeira noite


Globo volta a abordar o tema da virgindade para ganhar audiência no horário das 8.


A virgindade é um assunto capaz de manter milhares de telespectadores diante da telinha durante a novela Pátria Minha, da TV Globo. Todos querem saber como a jovem Alice, de 17 anos, interpretada por Cláudia Abreu, irá viver sua primeira noite. Ela está cheia de dúvidas. Não sabe se chegou a hora. Não sabe com quem. Pode ser com Nando (Rodrigo Santoro), o namorado bonzinho, ou com o sedutor Rodrigo (Fábio Assunção), uma paixão à primeira vista. Alice/Cláudia Abreu discute cada passo com a mamãe politicamente correta Natália (Renata Sorrah). À espera de uma decisão da moça, o público não desgruda da televisão. Mesmo indo ao ar às 9 e meia da noite, uma hora mais tarde do que o normal, e depois da chatice do horário eleitoral gratuito, a novela tem garantido uma ótima média de audiência, 45 pontos no Ibope.
Nesta segunda-feira (29 de agosto*), o suspense terá terminado. Alice vai para a cama com Rodrigo, que da conheceu depois de um esbarrão na escola. Esta não é a primeira vez que a TV Globo usa a perda da virgindade como alavanca para a audiência. Em O Dono do Mundo, a primeira noite tinha uma importância nevrálgica para a trama. A professorinha Márcia (Malu Mader) casava virgem, mas não descobria os prazeres da carne com o próprio marido e sim com o maquiavélico Felipe Barreto (Antônio Fagundes). O vilão não queria nada com ela. Tinha apenas feito uma aposta com um amigo de que seria o primeiro homem na vida da jovem moçoila. Tanto Pátria Minha como O Dono do Mundo levam a assinatura de Gilberto Braga, que explorou outras vertentes do tema virgindade nas minisséries Anos Dourados e Anos Rebeldes. Os Anos Dourados de Braga são carregados de clima de moralismo e repressão sexual da década de 50. A mãe da normalista Lurdinha (Malu Mader) berra histéricamente que a filha foi "deflorada", quando descobre que foi para a cama com Marcos, o namoradinho do Colégio Militar (Felipe Camargo). Já Anos Rebeldes, situado em plena revolução de costumes dos anos 60, mostra a protagonista Heloísa (novamente Cláudia Abreu) pulando na cama como o professor de violão, interpretado por Thales Pan Chacon, para saciar sua curiosidade sobre o sexo.

Bandeira de luta - Só quarentões que não descobriram seus próprios cabelos brancos podem espantar-se com o interesse do público em torno desse assunto. "Hoje em dia, as meninas sonham perder a virgindade com um príncipe encantado. Querem que seja um momento mágico de suas vidas, marcante", explica a socióloga Maria Tereza Monteiro, da Retrato Consultoria, baseada nas pesquisas de comportamento feitas em 1987.

Casa da mamãe - A novela Pátria Minha procura abordar o comportamento das adolescentes brasileiras. É óbvio que há diferenças entre a ficção e a realidade. Nas histórias de Gilberto Braga, o namorado bonzinho acaba assistindo à amada cair na cama de um aventureiro mais atrevido. Foi assim em O Dono do Mundo, Anos Rebeldes e agora em Pátria Minha. 
Cláudia Abreu, naquela época com 23 anos, casada desde 1989 com Guilherme Fontes, identificava-se com sua personagem, Alice, da novela. Ela deixou de ser virgem aos 16, 17 anos. A diferença é que foi com um namorado fixo, e não num lance de surpresa.

Minha opinião: 
O que diz a revista está certo, porque se um homem é jovem e engravida alguém menor de idade, essa pessoa tem que assumir a responsabilidade pelo que fez, mas se o homem é adulto, essa pessoa vai para a cadeia.

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Fontes:
VEJA. 31 agosto 1994.

Espero que gostem.
ME

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