sábado, 1 de fevereiro de 2014

Em paz com seu vilão! Carmo Dalla Vecchia comenta a insanidade de Manfred


Por trás de todo rancor e ódio que Manfred está levando às últimas consequências em Joia Rara, o ator Carmo Dalla Vecchia exala leveza e tranquilidade. As atitudes de seu personagem, que nos últimos capítulos têm dado nítidos sinais de insanidade, podem até chocar o público, mas não surpreendem o ator. Ele, inclusive, já esperava por isso: “Uma das coisas que me encantou na sinopse foi justamente perceber que um dia isso ia acontecer. Era uma pessoa muito contida que um dia, invariavelmente, ia ter que se rebelar contra a toda a situação que vivia.”

É neste universo de sentimentos reprimidos que Dalla Vecchia contempla a atual fase deste vilão, que já foi capaz de loucuras como tentar matar Franz (Bruno Gagliasso) e Sílvia (Nathalia Dill) para ocupar o posto de filho mais velho de Ernest Hauser (José de Abreu) e ter o amor de Amélia (Bianca Bin). “Ele trazia alguma mágoa ou rancor, não ficava muito nítido o que era. Mas era um sujeito estranho, que, em cena, sem falar nada, já causava um desconforto muito grande. Acho que isso me atraiu muito”, conta ele, que admite uma preferência por personagens psicologicamente mais complexos. “Acho mais interessante para um ator fazer. Você tem por onde criar.”

Se no início da trama o principal desafio era conseguir passar toda a energia do recalque de Manfred de maneira enxuta - “fazendo muito pouco” como o próprio ator diz -, o momento agora é de explosão, com acessos de raiva que se alternam com manifestações de tamanha carência, que beiram à fragilidade. Para tornar esta montanha-russa emocional visível aos olhos do espectador, Dalla Vecchia conta com suas próprias emoções: “Você suscita isso de verdade em você e aí vê aonde vai te levar. Não consigo ser um ator muito técnico. Se gritar, fico rouco. Você tem que estar aberto para o que a cena está te sugerindo.”

Tantos sentimentos pesados vindo à tona na ficção o levam em direção à sua essência da vida real. Praticante do budismo há anos, ele afirma que a trama de Joia Rara o fascinou também por abordar esta temática. “Justamente estou representando aquele cara que, nesta história, tem uma origem muito forte de maldade e que faz as outras pessoas revelarem o estado de Buda delas”. Talvez a prática budista também o tenha ajudado a acessar de maneira tão verdadeira os sentimentos que permeiam a infelicidade extrema de Manfred. "A falta do afeto, do amor e da atenção não justificam as ações dele, mas você entende o caminho que o levou até ali. Aí a gente entra na questão budista do carma de cada um. A gente já nasce com algumas informações. Há pessoas que com a falta de amor reagem de outra maneira. No caso dele, trouxe isso. Mas quando você se torna um budista, vê que, se algo acontece em sua vida, é porque tem algo a lhe dizer e a lhe ensinar."

Totalmente dedicado à intensa rotina de gravação, Carmo Dalla Vecchia admite que não tem tido tempo de acompanhar as repercussões que as vilanias de Manfred tem causado no público. Longe da ingenuidade de acreditar em um típico final feliz para o personagem, ele deixa apenas uma fresta aberta para, quem sabe, uma chance de redenção: “Só se a Pérola (Mel Maia), com o estado de vida tão elevado, conseguisse tocar este homem de alguma forma. É o que busco na minha prática: revelar nos outros o estado de Buda deles.”

Fonte: Site Oficial de Joia Rara - GShow

Espero que gostem.
ME

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